terça-feira, 25 de outubro de 2022

Oficio InGá - 12 de agosto de 2022 sobre o Plano Municipal de Conservação e Restauração de Mata Atlântica em Porto Alegre

Ofício/InGá/nº08/2022 Porto Alegre, 12 de agosto de 2022 Ao Secretário de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade Sr. Germano Bremm Prezado Senhor: Ao cumprimentar Vossa Senhoria, na condição de representantes do Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (InGá) no Comam, com base em contribuições técnicas de pesquisadores de universidades, vimos trazer (em anexo) um Parecer e nossas considerações sobre um inúmero conjunto de lacunas e falhas no atual processo de elaboração do Plano Municipal de Conservação e Restauração de Mata Atlântica em Porto Alegre, em sua Etapa II, realizada no dia 09 de agosto de 2022. Com base neste Parecer em anexo, que identifica várias situações profundamente problemáticas, reconhecemos a existência de falhas graves nas Etapas I e II do PMMA, recomendando, portanto, que tais etapas do Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Porto Alegre sejam refeitas, a fim de se acompanhar o Roteiro oficial para sua elaboração (MMA, 2017) e suprir as graves e várias lacunas apontadas abaixo, reivindicando-se, também, a constituição de um Grupo de Trabalho que incorpore, em todas as etapas, o acompanhamento do Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM), instituições de pesquisa e a sociedade, já que o PMMA deve refletir o amplo processo participativo e terá que ser aprovado pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente. No aguardo. Cordialmente. Paulo Brack p/ InGá Representante Titular do InGá no Comam PARECER SOBRE A ETAPA II DA ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA DE PORTO ALEGRE (12 de agosto de 2022) Vimos, por meio deste parecer, trazer nossas considerações em relação à atividade relativa à Etapa II do processo de elaboração do “Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Porto Alegre”, no que toca à oficina do dia 9 de agosto, realizada entre às 9h e 12:15h, conduzida pela empresa Profill e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (SMAMUS). Lembramos que os remanescentes da Mata Atlântica estão reconhecidos legalmente (Lei n. 11.428/2006) há mais de uma década no município de Porto Alegre, como encraves, protegendo várias formações vegetais, com destaque a Floresta Estacional Semidecidual, Restingas e Formações Pioneiras e Florestas Aluviais. Com relação ao processo de participação da sociedade, lembramos que o Decreto Federal n. 6.660/2008 destaca que o Plano Municipal de Mata Atlântica (PMMA) deve passar pelo acompanhamento e a aprovação do Conselho Municipal de Meio Ambiente, o que requer também ampla participação e a consulta constante à sociedade. Da mesma forma, o principal documento guia ligado ao tema, de autoria do Ministério do Meio Ambiente (2017) , denominado “Roteiro para a elaboração e implementação dos planos municipais de conservação e recuperação da Mata Atlântica”, apresenta uma série de orientações e define como fundamental a participação da sociedade, inclusive compondo um Grupo de Trabalho, integrado pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente (no caso o COMAM) e por demais entidades, e que acompanhe todo o processo de construção do Plano. O principal documento orientador destes planos não foi citado pelos coordenadores das atividades nas duas etapas do processo (09/03/2022 e 09/08/2022). As entidades estão também solicitando o Termo de Referência que resultou na contratação da empresa, ainda não disponibilizado. Assim sendo, trazemos aqui nossas considerações quanto à Oficina do dia 9 de agosto e ao processo até agora em curso: I. Quanto ao encaminhamento da elaboração do PMMA em sua Etapa II 1) O Processo de elaboração do PMMA em Porto Alegre, que se iniciou em 9 de março de 2022, com a Oficina da Primeira Etapa, apresenta um conjunto numeroso de falhas, destacando-se: a não existência de um processo de diálogo com os setores da sociedade na sua elaboração; ausência de documentos; ausência de um Grupo de Trabalho com o COMAM e com outros setores da sociedade; falta de transparência no registro de sugestões e críticas externas ao processo ao conteúdo da construção do PMMA e informação quanto à integração, ou não, das mesmas ao processo; 2) As divulgações das atividades foram limitadas e insuficientes para mobilizar a sociedade. Não há sequer uma página eletrônica do projeto, no sítio eletrônico da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (SMAMUS) ou da empresa contratada para o serviço (Profill). A realização da atividade, apenas via Google Meet, dificulta a participação de grande parcela da sociedade. Igualmente, as atividades não podem ser consideradas como públicas já que não foram realizadas em local de acesso público, nem de forma presencial, nem transmitida por meio, por exemplo, do YouTube ou Facebook, resultando assim na reduzida participação da sociedade; 3) Para a segunda oficina (Segunda Etapa), não houve disponibilização prévia de documentos, ou seja, um dia antes do evento, a SMAMUS disponibilizou somente um único documento da Etapa II do PMMA, por meio de uma apresentação em PowerPoint (em PDF), denominado “Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica em Porto Alegre”. O documento somente foi encaminhado aos inscritos, sendo caracterizada mais com uma forma de recolher sugestões do que interagir com os inscritos e discutir as propostas. A Etapa II consta, segundo a pg. 10 do referido documento, Produto 4 – Diagnóstico da Situação Atual, Produto 5 –Mapeamentos/SIG/BD, Produto 6 – Plano de Ação. A ausência de disponibilização de material com antecedência, impossibilitou uma análise prévia e organização de itens de sugestão à elaboração do Trabalho, destacando-se que pessoas interessadas que naquele horário não puderam participar também não tiveram a oportunidade de avaliação dos resultados parciais e possibilidade de tecer sugestões antes ou depois; 4) Não há um canal de comunicação ou clareza quanto ao acolhimento ou não de sugestões encaminhadas, tendo vários participantes solicitado que fosse elaborada e disponibilizada uma ATA do evento que incorpore as diferentes intervenções, com as respectivas sugestões ou questionamentos, não tendo-se obtido, até o momento, a resposta dos organizadores do evento; 5) O conteúdo e as informações apresentadas no documento disponibilizado não seguem adequadamente o roteiro publicado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2017. Roteiro para a elaboração e implementação dos planos municipais de conservação e recuperação da Mata Atlântica / Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Biodiversidade. — Brasília, DF: MMA, 2017.). Há uma série de lacunas e inconsistências detectadas em relação ao roteiro do MMA, tanto na Etapa 1 - Preparação do processo, quanto na Etapa II - Elaboração do PNMA, tendo sido esta última o foco do documento disponibilizado para a reunião. II. Quanto ao Conteúdo do PowerPoint apresentado no dia 9 de agosto de 2022 1) Não existe um documento estruturado e sistematizado, em forma de relatório, disponível para apreciação e sugestões de aperfeiçoamento por parte dos participantes das oficinas e membros técnicos externos de instituições ambientais ou de pesquisa, representantes de entidades ambientalistas e público geral interessado na matéria. O Conteúdo de um PowerPoint, com dados resumidos, não deu condições para a análise adequada do conteúdo do trabalho realizado pela empresa contratada para a tarefa; 2) Não foi apresentado um referencial teórico e lista de bibliografia de estudos anteriores referentes à vegetação e à flora incluídas nos remanescentes de Mata Atlântica em Porto Alegre, com destaque ao Diagnóstico Ambiental de Porto Alegre (Hasenack et al. 2008), ao Atlas Ambiental de Porto Alegre (Menegat et al. 1998); 3) A metodologia de amostragem não foi apresentada, além disso, as unidades amostrais dos remanescentes abordados, principalmente nos morros, deveriam ter sido localizadas com seus polígonos e suas coordenadas geográficas, até porque os estudos podem embasar avaliação de parcelas permanentes, a serem continuamente monitoradas a fim de gerar dados para futuras reavaliações. Assim, para a validação dos resultados, a localização é indispensável, inclusive para que se possa averiguar eventuais áreas com lacunas de amostragens. Ou seja, constatou-se ausência de um arquivo georreferenciado, contendo nas camadas os polígonos, a tipologia vegetal e o respectivo estágio sucessional; 4) Verificou-se a ausência de justificativa para a definição das regiões amostradas (não se tratam de unidades naturais consolidadas em estudos anteriores do IBGE e do Atlas Ambiental e Diagnóstico Ambiental de Porto Alegre); ausência de descrição da metodologia e falta de critérios bem estabelecidos para avaliar os vetores de pressão dos remanescentes; 5) A classificação dos estágios sucessionais não segue a Resolução CONAMA n. 33 de 1994, no que se refere aos estágios da Mata Atlântica, ignorando-se totalmente a categoria de vegetação primária. Além disso, os três estágios de vegetação secundária inicial, médio e avançado não sofrem o mesmo enquadramento, sendo utilizada outra nomenclatura, como vegetação clímax edáfico, que é reconhecida nas ciências, mas não tem enquadramento similar em norma legal; 6) Consideramos que o conceito “Floresta Urbana”, utilizado no diagnóstico pode ser inadequado, pois pode denotar automaticamente que os remanescentes são de origem ou influência antrópica determinante, podendo diminuir seu status de conservação. Consideramos que o termo carece de um referencial legal ou base científica clara, no caso de ser considerado, mas reconheça que não pode descaracterizar remanescentes que não tenham influência antrópica determinante.; 7) No item de Clima, referente às mudanças climáticas, não foi apresentada uma possível relação entre os eventos extremos (secas, vendavais, subida do nível do Guaíba, etc.) e fragilidades maiores de diferentes tipos vegetacionais da Mata Atlântica, ou seja, fica a dúvida quanto à incorporação e consideração e análise quanto aos tipos vegetacionais que estão correndo maior risco no município. Além disso, não apenas os tipos vegetais, mas os tamanhos dos próprios fragmentos remanescentes em si poderiam ter sido individualmente classificados por grau de suscetibilidade a esses riscos. Por exemplo, poderíamos saber quais os remanescentes (ou porções deles), estariam mais vulneráveis à subida de nível do Guaíba e qual a área correspondente sob esse risco. Essa informação poderia alimentar ações locais de manejo nos remanescentes vulneráveis e espécies ali presentes, mas também remete à necessidade de maior proteção dos remanescentes que não estão sob este risco e de eventuais ações de restauração; 8) No que se refere às Restingas, o trabalho só cita Restinga Arbórea, porém existe um mosaico conjunto de campos de restinga, vegetação arbustiva, banhados, etc. (Lami e Belém Novo, por exemplo), e margem do Guaíba (mata ciliar) que se enquadram nas Formações Pioneiras, inclusas no Mapa do IBGE 2004 e Decreto 6660/2008 que regulamenta a Lei n. 11.428/2006, mas foram desconsideradas no estudo; 9) Não foi explicado porque somente foram citadas 24 espécies como "Espécies com Interesse para a Conservação", ao que tudo indica (mas não esclarecido) que se tratam de espécies encontradas nos levantamentos, entretanto no Comam já existe tramitando o reconhecimento de 80 espécies ameaçadas da flora de Porto Alegre, sendo 60% em florestas e restingas; 10) Não houve disponibilização de informações sobre a ocorrência ou a distribuição de espécies ameaçadas da fauna, bem como a sua importância em corredores ecológicos, item previsto no Decreto Federal N. 6.660/2008; 11) Não foi apresentado um balanço ou cenário de evolução (perdas e eventuais ganhos) de remanescentes vegetais da Mata Atlântica em Porto Alegre, incluindo-se a diferenciação das maiores fragilidades de perdas entre as diferentes formações, considerando-se que hoje a Plataforma MapBiomas já oferece ferramentas e realiza estas análises pelo menos nas últimas décadas para todos os biomas brasileiros; 12) Não há o reconhecimento, no item de pressões sobre os remanescentes de Mata Atlântica, que devem também ser incluídos os grandes empreendimentos ou atividades, mesmo aqueles licenciados, alguns representando a ocupação de centenas de hectares, além do reconhecimento das ocupações irregulares. Conclusões. A segunda etapa do Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Porto Alegre, com base na condução e na apresentação do único documento disponível, um PowerPoint entregue há menos de 24h antes do evento, CARECEU: a) da divulgação de um documento adequado e prévio disponível para avaliação antes da oficina; b) de seguir os itens de orientações no Roteiro dos PMMA (MMA, 2017); c) da participação de amplos setores da sociedade e também de um Grupo de Trabalho, constituído por representantes do COMAM também por entidades governamentais e não governamentais externas ligadas ao tema; d) de um canal de comunicação, e de ATA das atividades realizadas, com clareza quanto à aceitação ou não de sugestões encaminhadas; e) de uma página de divulgação, interação e mecanismos de recebimento de sugestões externas; f) de ser apresentado um referencial teórico e uma lista de bibliografia de estudos anteriores referentes à vegetação, à flora, à fauna e aspectos ambientais relacionados à Mata Atlântica em Porto Alegre; g) da apresentação de uma metodologia de amostragens de remanescentes vegetais, sua localização, e eventual justificativa por não ter incorporado até o momento a fauna e os corredores ecológicos na análise; h) de seguir a classificação dos estágios de conservação e regeneração da vegetação, segundo a Resolução Conama n. 33/1994, e de reconhecer inclusive a existência Vegetação Primária em Porto Alegre; i) de reconhecer a existência de formações de Restinga não Arbórea, que também são formações associadas à Mata Atlântica; j) de citar a ocorrência de cerca de ⅔ das espécies ameaçadas de extinção da flora, além daquelas amostradas, limitadas a ⅓, citadas como “Espécies de Interesse para a Conservação”; k) de avaliar a evolução (perdas ou ampliação de remanescentes) nas últimas décadas. OBS. As considerações aqui apontadas contaram com a colaboração da professora Dra. Laura Verrastro Viñas (Departamento de Zoologia da UFRGS); da Doutoranda Rosângela Gonçalves Rolim (PPG em Botânica - UFRGS); dos Professores Dr. Eduardo Dias Forneck (FURG, São Lourenço do Sul); Dr. Fernando G. Becker (Departamento de Ecologia da UFRGS);e Dr. Paulo Brack (Departamento de Botânica – UFRGS).

domingo, 9 de outubro de 2022

DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES AMEAÇADAS NO JARDIM BOTÂNICO DE PORTO ALEGRE

Dyozzyfer Silva Garcia, Karen Rosalaine da S. Barbosa, Karina M. Wermann, Paulo Brack

Apuleia leiocarpa (grápia) 

Aralia warmingiana (cinamomo-do-mato)

Aspidosperma riedelii (guatambuzinho) 

Butia odorata (butiazeiro) 

Callistene inundata (sarandi-do-rio-das-antas) 

Castela tweediei (romãnzinha)

Colletia paradoxa (espinho-cruz) 

Esenbeckia hieronymi 

Lafoensia nummularifolia (dedaleira-pequena) 

Margaritaria nobilis

Myracrodruon balansae (pau-ferro-missioneiro) 

Myrocarpus frondosus (cabreúva)

Podocarpus sellowii (pinheiro-bravo)

Prosopis nigra (nhanduvá) 

Trithrinax acanthocoma (carandaí, ibitiriá)

Xylopia brasiliensis (pimenta-de-macaco)








ESPÉCIES CRITICAMENTE AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO

Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. 

Nomes Comuns: grápia, guarapiapinha, grapiapunha, garapa-amarela, ibira-perê (tupi-guarani).

Família: Fabaceae

Descrição: Árvore que pode chegar a 40 m de altura, com 60-100 cm de diâmetro. Tronco retilíneo ou um pouco inclinado, com o fuste longo, atingindo dentro da mata, a metade ou mais de sua altura. Casca acinzentada-clara nos ramos aéreos e castanho-clara na parte da base do tronco, com descamações semi-circulares. Ramos ascendentes. Folhas imparipinadas, de 5-15 cm de comprimento, caindo no inverno. Folíolos ovalados ou elípticos, alternos, de +- 5 cm de comprimento. Flores de cor branca ou creme, masculinas e hermafroditas, de cerca de 0,5 cm de diâmetro. Inflorescências de 3 a 5 cm de comprimento, inseridas no ápice de ramos desfolhados ou nas pontas de raminhos muito novos. Fruto é uma vagem indeiscente e achatada, lembrando uma pequena raquete, de cor castanho-clara, com uma semente arredondada, achatada, dura e escura, de cerca de 0,7 cm de diâmetro. 

Fenologia: Floresce na primavera e frutifica no final do verão e outono. Sementes que podem podem apresentar infestação de brocas ou ser consumidas por  periquitos, prejudicando a sua regeneração natural (Backes et Irgang, 2002). Frutos que se dispersam pelo vento.. 

Ecologia:  Espécie de semi-sombra, secundária inicial, geralmente com baixa regeneração, podendo ocorrer em interior de matas ou clareiras. Solos úmidos escuros das matas ciliares ou argilosos, não rara em solos rasos rochosos de encostas. Ocorre até a altitude de 700 m. No RS, ocorre em florestas em estádio maduro, sendo pouco comum ou rara em florestas jovens. 

Distribuição geográfica: Ocorre desde a Venezuela e Nordeste do Brasil (RN) até os Estados do Sul, estando presente na Floresta Atlântica até a altura do RJ e, mais ao sul, mais restrita às florestas de interior (Floresta Estacional Decídua) (Lorenzi, 1992). O limite sul da espécie é na bacia do rio Jacuí, no Rio Grande do Sul, tendo sido encontrada até São Sepé e região, em baixadas junto aos rios. 

Nível de Ameaça: Criticamente Ameaçada (CR) pelo Decreto Est. n. 52.109/2014. É considerada ameaçada, pois as populações de árvores de maior porte foram alvo de corte para uso da madeira, sem reposição. Além disso, em vários pontos do Estado onde ocorre é dificil de se encontrar regeneração.

Usos: Considerada como “madeira de lei”, homogênea e sem falhas, dura, pesada, muito resistente e durável, mesmo quando exposta (Reitz et al. 1983, Backes et Irgang, 2002). A madeira de cor bege-clara, às vezes rosada até amarelo-pardacento-clara, sendo fácil de trabalhar. Cobiçada pelo setor madeireiro, principalmente para determinadas utilidades em construção civil e naval, tendo sido muito utilizada em dormentes, obras de torno, carrocerias de caminhão, taboinhas para cobrir casas e tacos para piso. Foi considerada a melhor madeira nativa para construção de barris de cerveja, pipas e tonéis de vinho e cachaça, hoje sendo comercializada várias marcas de cachaça com grápia. Madeira com alto teor de lignina, sendo considerada muito boa para produção de coque. A casca contém até 24% de tanino, tendo sido utilizada em cortumes (Reitz et al., 1983). Também tem uso como medicinal com indicações com propriedades anti-sifilíticas. Ornamental, restrita a áreas de parques e praças, principalmente pelo porte e pelo tronco e casca clara que contrasta com a folhagem verde-escura. Flores procuradas por abelhas melíferas. Sementes possuindo um produto denominado galactomanana, excelente espessante utilizado em pudins e outros alimentos, e até em cremes de barbear, podendo ser um importante insumo para indústrias alimentícias.

Propagação e cultivo: As sementes devem ser retiradas manualmente dos frutos, limpas e selecionadas logo após a secagem. As sementes apresentam dormência tegumentar, sendo recomendado o uso de tratamentos como a imersão em água quente, escarificação mecânica e química (ácidos). Recomenda-se armazenagem em câmara seca, à temperatura ambiente e UR=50%. As sementes podem levar 60 dias para sua geminação. Nos viveiros, as mudas, no primeiro ano, têm desenvolvimento relativamente lento, podendo alcançar 0,50 m. As mudas têm sistema radical axial muito pronunciado, com poucas raízes laterais, o que indica a necessidade de poda da raiz.

O que pode ser feito: proteção de unidades de conservação, conservação ex situ, incluindo parques e praças, incentivando-se a propagação e de florestamentos de nativas, consorciados, com fins ecológico-econômicos 

Bibliografia:

BACKES, P. ET IRGANG, B. 2002. Árvores do Sul: guia de identificação e interesse ecológico. Porto Alegre: Clube da Árvore. 326 p.

LORENZI, H. Árvores Brasileiras, Manual de identificação e cultivo de Plantas Árboreas Nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. 302 p

REITZ, R., KLEIN, R. M. & REIS, A. 1983. Projeto madeira do Rio Grande do Sul. Sellowia, v. 34-35, p. 1-525.

http://www.sementesul.ufsc.br/novo/secao_especies/detalhe_especie.asp?esp_id=173



Aralia warmingiana  (Marchal) J. Wen 

Nomes comuns: carobão, cinamomo-do-mato

Família: Araliaceae

Descrição: Árvore com folhas caducas. Sua altura pode ser de até 25 m ou mais. Tronco retilíneo, casca acinzentada A copa é rala e irregular, composta de folhas grandes, o que lhe confere uma aparência distinta. Suas folhas são alternas, grandes e tripinadas, medindo de 20 cm a 90 cm de comprimento por 15 cm a 35 cm de largura. Flores hermafroditas, actinomórficas, brancas, medindo até 1 cm de diâmetro e seus frutos são uma drupa obovóide. Já as sementes são brancas, medindo de 4 mm a 5 mm de comprimento.

Fenologia: Floração de novembro a janeiro, em Minas Gerais e de dezembro a fevereiro, no Rio Grande do Sul. Frutos maduros ocorrem em maio, em Minas Gerais e de maio a junho, no Rio Grande do Sul.

Ecologia: comporta-se como espécie pioneira. É encontrada no Bioma Mata Atlântica, Floresta Estacional Decidual e Semidecidual. Vegetação sob afloramentos calcários, em Minas Gerais e brejos de altitude nordestinos ou disjunções da Floresta Ombrófila Aberta. Aralia warmingiana é indiferente às propriedades físico-químicas dos solos e seu crescimento é rápido, podendo atingir facilmente 4 m de altura aos 2 anos. Zoocórica, por várias espécies de aves. Possivelmente, disseminada por alguma ave migratória, vinda da América Central

Distribuição: ocorre de forma natural na Argentina, no México e no Paraguai . No Brasil, essa espécie ocorre nos estados da Bahia. Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo.

Usos: : essa espécie é recomendada para a fabricação de papel e a madeira do carobão é decorativa e boa para usos ornamentais, como encapados e lâminas, podendo ser empregada também em forros, confecção de caixas leves, brinquedos e lápis. Essa espécie é  extremamente ornamental, principalmente pela forma elegante de sua copa. Presta-se bem para paisagismo em geral.

O que pode ser feito: Aralia warmingiana é uma espécie com ampla dispersão, os frutos do carobão são suculentos e avidamente consumidos por várias espécies de pássaros. Por isso e pela rapidez de crescimento, é ótima para plantios heterogêneos destinados à restauração de áreas degradadas de preservação permanente.

Propagação:  os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore, quando adquirirem coloração roxo-escura quase preta e iniciarem a queda espontânea. Recomenda-se semear o carobão em sementeira, a germinação ocorre de 30 a 60 dias após a semeadura e a taxa de germinação geralmente é superior a 50 %. As mudas ficam prontas para o plantio após 9 meses.

Referência:

Giehl, E.L.H. (coordenador) 2022. Flora digital do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. URL: http://floradigital.ufsc.br

CARVALHO, P. (2008). Carobão: Aralia warmingiana.



Butia odorata (Barb.Rodr.) Noblick & Lorenzi

Nomes comuns: butiá-comum, butiá-azedo, 

Família: Arecaceae

Descrição: Palmeira de caule cilíndrico, grosso, escamoso, coberto de cicatrizes foliares, sem ramificações. Folhagem verde-acinzentada de folhas penadas, de até 4 m de comprimento.. A planta tem flores amarelas, trímeras, pequenas, reunidas em inflorescências amplas (1- 1,5 m de comprimento), protegidas por uma espata. 

Fenologia: Floresce nos meses de setembro a novembro. Os frutos são ovais carnosos, de coloração laranja, de cerca de 2 a 3 cm de diâmetro. A frutificação, nos meses de dezembro a fevereiro.

Ecologia: Ocorre principalmente em campos de solos secos e arenosos. sendo tolerante à seca e à geada.Necessita muita luz, senão 

Distribuição:   No Brasil é encontrada desde Minas Gerais até o RS, sendo mais comum neste Estado.

Estado de Conservação: Em Perigo (EN) pelo Decreto Estadual 52.109/2014. 

Utilidades: Planta ornamental e melífera. Espécie ameaçada de extinção devido a dificuldade de regeneração das mudas novas, as quais são consumidas por bovinos. Frutífera para a fauna e para o homem, que produz licores e vinagre. A amêndoa é comestível e fornece óleo alimentar, tido como vermífugo. As folhas são utilizadas ainda para cobertura de ranchos, confecção de chapéus de palha, cestas, fibras, colchões e estofaria em geral.

Produção e cultivo: A semeadura deve ser feita logo após o amadurecimento dos frutos.  A seleção se sementes é importante pois muitas delas apresentam  ataque por larvas de insetos. As sementes levam de 3 a 6 meses para germinar. A germinação é de cerca de 50%.





Colletia paradoxa  (Spreng.) Escal. (Família Rhamnaceae) 

Nomes comuns: espinho-cruz; quina-cruzeiro

Descrição: Planta arbustiva de 1,5 a 3 m de altura, eventualmente maiores, com ramos achatados, esverdeados ou levemente acinzentados, em forma de cruz, com extremidades triangulares e espinescentes na extremidade dos ramos. Folhas elípticas a ovaladas, alternas ou subopostas, com limbo liso, de 0,5 cm de comprimento, às vezes pouco evidentes e caducas. Flores brancas cilíndricas, de menos de 1 cm de comprimento, com 5 pétalas. Frutos secos, com três gomos, de cerca de 0,5 cm de diâmetro, de cor castanha, com três sementes arredondadas escuras. 

Fenologia: Floresce no outono e frutifica no inverno [1].  Tem polinização cruzada, por abelhas e outros himenópteros e moscas silvestres (dípteros)[Bastos-Záchia, 2019]. 

Ecologia: Planta de sol (heliófila), ocorrendo em afloramentos rochosos em áreas de morros principalmente no Pampa, na região do Escudo Cristalino Sul-Rio Grandense, parte do Litoral Sul e em matas da região dos Aparados e dos Campos de Cima da Serra.  Ocorre em pequenas populações isoladas, sendo que o alto grau de fragmentação de seu habitat diminui o fluxo gênico entre os espécimes e consequentemente perder a variabilidade genética [Bastos-Záchia, 2019]

Distribuição: Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai e Sul do Brasil..

Nível de Ameaça: Vulnerável pelo Decreto Est. n. 52.109/2014, tendo como principal critério a redução da população (passada, presente e/ou projetada);

Usos: Planta com forma muito particular, pode ser utilizada como cerca-viva. É considerada  medicinal, sendo as raízes e cascas dos ramos utilizadas para baixar a febre [Bastos-Záchia, 2019] .

O que pode ser feito: manter áreas de vegetação savanóide no Pampa, limitar a silvicultura em vegetação onde a espécie ocorre, criar Unidades de Conservação. Utilizar a espécie em cercas-vivas ou como ornamental em jardins rochosos (CNCFLORA). Propagar esta espécie em viveiros e cultivo em parques (conservação ex-situ). 

Propagação: pouco conhecida. Possui crescimento lento. Plantios em ambientes com alta incidência de luz solar, com solos rochosos, arenosos e bem drenados, necessidade de irrigação (Stumpf et al., 2009).




Esenbeckia hieronymi Engl.  (Família Rutaceae)

Nomes comuns: cutia, mamoninha-do-mato

Descrição: Arvoreta de 2,5 a 5 m altura. Folhas opostas ou subopostas, ternadas, ou seja, com 3 folíolos, cada um deles, em média, de 10 cm de comprimento e 5 cm de largura, sendo o folíolo central maior que os laterais. Cor das folhas verde-claro.  Nervura principal impressa ou canaliculada na face inferior, nervuras laterais pouco salientes em ambas as faces. Inflorescência terminal, ereta, densamente pubescente. Flor com pétalas cor creme e amarronzadas quando secas,  textura cartácea. Fruto cápsula arredondada e dura, de cerca de 2,5 cm de diâmetro, possuindo 5 aberturas em fenda, com superfície com projeções externas, como carrapicho. Semente e ovóide e levemente achatada.

Fenologia: Floresce de dezembro a fevereiro. Frutifica entre junho e agosto.

Ecologia: Habita matas semideciduais por ser uma espécie semidecídua, habita também matas ripárias, de restinga e capoeiras da Mata Atlântica.

Distribuição: Ocorre no Mato Grosso do Sul, São Paulo e Região Sul. No Rio Grande do Sul, ocorre restrita ao Litoral Norte, sendo rara, com registro (SpeciesLink) para Santo Antônio da Patrulha. 

Nível de Ameaça: Criticamente Ameaçada (CR) pelo Decreto Est. n. 52.109/2014.

Usos: A espécie poderia ser usada na ornamentação de praças e espaços urbanos.

O que pode ser feito: proteger as Unidades de Conservação e propagar esta espécie em viveiros e reintroduzir na natureza e em plantios em parques e jardins. Além de divulgar o tema para a população, assim possam conhecer e ajudar a não destruir a espécie.

Propagação: se propaga através de sementes que demoram de 25 a 35 dias para germinar, com preferência a solos argilosos, úmidos e férteis. É uma espécie heliófita, portanto necessita de total exposição solar. 

Referência:

Pirani, J.R.; Groppo, M. Rutaceae in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB596>.

CNCFlora. Esenbeckia hieronymi in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flor.  Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Esenbeckia hieronymi> . 

Giehl, E.L.H. (coordenador) 2022. Flora digital do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. URL: http://floradigital.ufsc.br

da Silva, Juliana & Perello, Luis. (2019). CONSERVAÇÃO DE ESPÉCIES AMEAÇADAS DO RIO GRANDE DO SUL ATRAVÉS DE SEU USO NO PAISAGISMO. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. 5. 01. 10.5380/revsbau.v5i4.66314.

 


Euterpe edulis Mart

Nome comum:  Palmeira-juçara, palmiteiro, ripeira, ripa, Palmiteiro

Descrição: Palmeira ornamental de caule estreito, reto e alongado, com altura entre 7 e 18 m. Folhas penadas, pecíolo curto. Pinas estreitas e alongadas dispostas em um plano. Flores amarelas reunidas em longas inflorescências amarelas, cobertas por uma espádice. Fruto esférico, de cor roxa ou negro-vináceo, de 1,5 a 2 cm de diâmetro. O amadurecimento ocorre entre maio e novembro. Uma palmeira pode produzir até 10.000 sementes em um ano. A semeadura é feita em sacos plásticos com terra adubada e com boa drenagem. durante a primavera. Geralmente, as plântulas emergem no inicio do verão.

Fenologia

Ecologia  Ocorre no subosque das matas tropicais úmidas do sudeste do Brasil. No Rio Grande do Sul ocorre entre Torres e Santa Cruz do Sul, em altitudes de 5- 600 m.

Distribuição: 

Estado de conservação: Em Perigo, conforme o Decreto 52.109/2014. Alvo de estrativismo, para retirada do palmito de forma indiscriminada. 

Utilidades: Seu palmito é muito procurado e consumido nas região sul e sudeste do Brasil. Deve ser plantada em locais semi-sombreados. É espécie ornamental desde pequenas mudas em vaso de interiores até quando adulta em jardins. A casca do fruto fornece matéria tintorial para tingimento de tecidos. O caule pode ser utilizado em construções rústicas, daí provindo o nome “ripa”.

 

Produção e cultivo: Um quilograma possui cerca de 770 frutos. A viabilidade é de cerca de 3 meses (LORENZI, 1992). Não é necessário despolpar as sementes dos frutos. A semente deve ser embebida em água durante 24 horas antes da semeadura. Deve ser utilizado substrato de serragem ou matéri orgânica nas sementeiras, podendo-se ter bom êxito em caixas de madeira. A germinação é demorada, ocorrendo de 30 a 120 dias, com  viabilidade acima de 70 %.




Lafoensia nummularifolia

Nomes comuns: dedaleira-branca

Família: Lythraceae

Descrição: Arbusto ou arvoreta  de  até  2,5 m a 3 m  de  altura  e  com  ramos tetrágonos, apresentando folhas opostas, estreitamente ovadas ou suborbiculares ( 7- 15mm),  sésseis  ou  subsésseis  e  curtamente acuminadas. Flores, com pétalas com pétalas brancas de 18-25mm e bordos ondulados e crespos, apresentam 16 estames por flor, com filetes de 20-40mm,  e  ovário globoso-aplanado,  com estilete de 35-40mm e estigma pouco evidente.

Fenologia: Flores em novembro e frutos no final do verão e outono

Ecologia: Ocorre geralmente em formações campestres associadas ao bioma Mata Atlântica e Cerrado, em áreas úmidas. Aparentemente abundante no norte do  Paraná,  tendo  sido registrada em Santa Catarina apenas em solos rochosos às margens do rio Uruguai, na altura do Estreito, próximo à cidade riograndense de Marcelino  Ramos,  bem  como  perto  de  Itapiranga.  No  Rio  Grande  do Sul, a espécie foi coletada em apenas dois locais: no vale do rio das Antas e no Parque Estadual do Turvo, sempre em margens de cursos de água.

Distribuição: Ocorre nos Estados de São Paulo e sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul)

Usos: por ter flores bonitas pode ser usada como planta ornamental em pátios e praças públicas.

O que pode ser feito: Nas últimas décadas, a expansão de atividades agropecuárias e silviculturais vêm reduzindo drasticamente as áreas de vegetação campestre da região dos Campos Gerais do Paraná, e as áreas remanescentes são ameaçadas pela invasão de espécies exóticas, é essencial que espécies como essa sejam protegidas. Por ser uma espécie com flores bonitas pode-se criar projetos onde se incentive o uso delas para ornamentação, porém  estas plantas correm o risco de perderem ainda mais a variabilidade genética, pois para ornamentação, os criadores/melhoristas podem priorizar (selecionar) determinadas características em detrimento de outras.

Propagação: não encontrado

Referência:

Raddatz, D. D., Machado, P. F. dos S., Rosa, R. C. da, Dewes, J. J., Sutili, F. J., & Marchiori, J. N. C. (2018). Anatomia do lenho de duas espécies de Lafoensia (Lythraceae). Balduinia, (63), 20–29. https://doi.org/10.5902/2358198034914

Cavalcanti, T.B. Lafoensia in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB8783>.

CNCFlora. Lafoensia nummularifolia in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Lafoensia nummularifolia>.

 



 

 

 

 

 




Margaritaria nobilis   (Fam. Phyllanthaceae)

Nomes comuns: sobragirana, figueirinha

Descrição: Árvore de até 15 m de altura, ramos glabros. Folhas alternadas dísticas com limbo elíptico, oblongo a oblanceolado.  Flores estaminadas muitas por glomérulo. Flores pistiladas com ovário geralmente 4- ou 5-locular. Os frutos são deiscentes, revestidos por um exocarpo verde e caem espontaneamente depois de maduros). Após abertos, exibem cocas na coloração azul metálico, protegidas por um endocarpo fino e hialino que, após algum tempo de exposição ao ar, torna-se branco. Há quatro lócus por fruto e cada um possui duas cocas com exotesta preta contendo uma semente cada.

Fenologia: Na Mata Atlântica, onde é nativa, sua floração ocorre de novembro a dezembro e a frutificação inicia em fevereiro e pode ser prorrogada por mais seis meses.

Ecologia: A espécie é arbustiva, terrícola e aquática. Os registros botânicos indicam a espécie com ocorrência no interior da mata, em locais úmidos como as matas ciliares e florestas da várzea amazônica. A espécie ocorre em margens de rios e alagados como os encontrados nas florestas ombrófilas densas da Amazônia e na Mata Atlântica.

Distribuição: A espécie ocorre nos estados Roraima, Amapá, Pará, Amazonas, Tocantins, Acre, Rondônia, Maranhão, Pernambuco, Bahia, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. No Sul do Brasil a espécie apresenta dispersão larga, porém, descontínua e inexpressiva

 Usos: A espécie poderia ser empregada na proteção e ornamentação das margens de corpos d’água naturais ou artificiais no espaço urbano.  A espécie M. nobilis é utilizada principalmente para usos ornamentais e medicinais. Apresenta crescimento rápido e tolerância a áreas abertas, sendo que sua madeira é leve e apodrece facilmente e, devido a esta característica, a mesma é mais utilizada para caixotaria e embalagens

O que pode ser feito: Esta espécie está presente em várias áreas de conservação permanente, mas é pouco conhecida.  Portanto, a utilização para ornamentação de espaços urbanos poderá manter um banco genético muito maior.

Propagação: Sementes com dormência fisiológica, como as de M. nobilis são permeáveis à água, mas apresentam inibição de mecanismos fisiológicos no embrião, que impedem a emergência da radícula, bem como podem variar no que diz respeito à resistência do mecanismo de inibição, resposta ao ácido giberélico e requisitos de quebra de dormência.  O melhor tratamento para superação da dormência fisiológica das sementes em um ambiente controlado é a combinação de GA3 + etileno na concentração de 1mmol L-1 + 2mmol L-1, respectivamente, e submetido à temperatura de 20-30°C, alternadamente

Referência:

CNCFlora. Margaritaria nobilis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Margaritaria nobilis>

Silva, O.L.M.; Cordeiro, I. Margaritaria in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB38479>

Agustini, M. B., Wendt, L., Malavasi, M. de M., Sabii, L. de B. C., Battistus, A. G., & de Lima, P. R. (2016). SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA FISIOLÓGICA EM SEMENTES DE Margaritaria nobilis (Linnaeus). Revista Inova Ciência & Tecnologia / Innovative Science & Technology Journal, (2), 14–19. Recuperado de https://periodicos.iftm.edu.br/index.php/inova/article/view/35




 

 

 

 Myracrodruon balansae (Família Anacardiaceae)

Nomes comuns: Pau-ferro-missioneiro, pau-ferro-do-sul; urunday (Argentina)

Descrição:  Árvore que pode atingir de 15 a 20 m de altura. Tronco rugoso, acinzentado, com fissuras. As folhas são compostas imparipinadas, alternas, com 10 cm a 20 cm de comprimento e sete a quinze folíolos opostos.

Fenologia: O Sistema sexual dessa espécie é polígama-dióica. A proporção de indivíduos masculinos e femininos é de 2:1. O vetor de polinização é principalmente feito pelas abelhas e diversos insetos pequenos. A floração acontece de agosto a janeiro, no Rio Grande do Sul. Os frutos amadurecem de janeiro a fevereiro, no Rio Grande do Sul. O processo reprodutivo tem início entre 15 a 20 anos de idade, em plantio.

Ecologia: O pau-ferro-do-sul é comum na vegetação secundária. Em sua região de ocorrência natural, no Rio Grande do Sul, ele cresce como espécie dominante da vegetação ou formando bosques quase puros e descontínuos, conhecidos como pau-ferral, com frequência de até 213 indivíduos por hectare. O pau-ferro-do-sul é uma árvore de longa vida. Myracrodruon balansae é uma espécie encontrada na Estepe Arborizada, no Planalto Sul-Rio-Grandense, onde ocupa o estrato emergente e na Estepe Parque, no Planalto da Campanha Gaúcha.

Myracrodruon balansae ocorre, naturalmente, em solos rasos litólicos de coloração escura, pedregosos, com afloramentos rochosos, medianamente profundos, de textura argilosa, típicos dos sítios com problemas de drenagem.

Distribuição:  Espécie que ocorre apenas no Rio Grande do Sul, nas regiões noroeste e oeste do Estado (região das Missões e Campanha). Fora do Brasil, tem registros para Argentina e Paraguai.

No Brasil, essa espécie ocorre apenas no Rio Grande do Sul, distribuída da Região das Missões até o Alegrete, na Região da Campanha.

 

Nível de Ameaça: Em Perigo (EP)

 

Usos: A madeira do pau-ferro-do Sul, por ser resistente à flexão e ao choque, pode ser usada em construção geral, carpintaria rural, carroçarias, pisos, estacas para construção de pontes, dormentes, postes, palanques, mourões, tornearia ou objetos talhados. Para a energia, produz lenha de boa qualidade, com poder calorífico de 4.500 kcal/kg, já para celulose e papel, essa espécie é inadequada para esse uso. Além disso, o pau-ferro-do-sul apresenta até 16 % de extrato tanante na casca, com uso em curtume.

O que pode ser feito:

Propagação: O plantio puro, a pleno sol, dessa espécie é recomendado. Brota da touça, após corte.

 

Referências:

https://www.ufrgs.br/viveiroscomunitarios/myracrodruon-balansae-pau-ferro/

chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPF-2009-09/44062/1/circ-tec149.pdf


  

Myrocarpus frondosus Allemão

Nomes comuns: Cabreúva, óleo-pardo, bálsamo.

Família Fabaceae

Descrição: Árvore inerme, caducifólia, heliófila, monóica, oleoresinífera, até 18m de altura e 60cm de D.A.P. casca moderadamente espessa: ritidoma suberoso, sulcado, de superfície variando de bege a brancacenta e a cinzenta: casca interna rosada. Folhas alternas, imparipinadas. Fruto seco, indeiscente

Fenologia: Os indivíduos de M. frondosus perdem suas folhas na estação seca; florescem com folhas novas, entre setembro e outubro; e apresentam frutos maduros entre novembro e novembro. As flores são frequentadas por himenópteros, com destaque para abelhas de pequeno porte, que devem ser seus principais polinizadores. Os frutos com as sementes são dispersos pelo vento, para os arredores da planta-mãe.

Ecologia: Arbórea, atingindo entre 6 e 27,5 metros de altura. Ocorre em Mata Pluvial, Mata de Encosta, Mata Higrófila do Sul da Bahia, em Borda de mata, e em Restinga arbórea. Indicam que a espécie floresce nos meses de outubro e novembro, e frutifica entre novembro e fevereiro (sendo o último mês registrado para os frutos maduros). Já a floração ocorre a partir de fevereiro e estende-se até dezembro, e a frutificação em março, junho, e de agosto a dezembro. Além disso, o autor infere que os espécimes do Rio de Janeiro e Bahia florescem de fevereiro a agosto, os de São Paulo e Espírito Santo iniciaram sua floração em maio estendendo-se até novembro, e os espécimes do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraguai e Argentina floresceram de agosto até dezembro. Sendo frequente a presença de flores e frutos em um mesmo indivíduo. Morim (2002) sugere os meses de março, abril e julho para floração, e julho e outubro para frutificação.

Distribuição: Ocorre na Argentina, Bolívia e Brasil, nos estados das regiões Sul e Sudeste, em uma fração da região Centro-Oeste e na Bahia. Tem sido referida para florestas ombrófilas, e florestas estacionais associadas a solos de média a alta fertilidade. É rara no cerrado, com registros de ocorrência apenas em alguns pontos de Minas Gerais, Goiás, e Distrito Federal.

Nível de Ameaça: Vulnerável (VU)

Usos: A madeira de M. frondosus é considerada de alta qualidade e de grande versatilidade nas suas regiões de maior ocorrência, já tendo sido empregada em obras internas na construção civil, e em confecção de móveis de luxo, objetos decorativos, instrumentos musicais e tonéis, entre outros artefatos. O oleoresina exsudado pelo tronco é utilizado na fitoterapia popular, principalmente contra afecções respiratórias, e tem emprego na indústria de perfumes e cosméticos. A casca, as folhas e as sementes também são usadas essas afecções. A espécie possui atributos que a torna apropriada para arborização urbana e rural, recomposição de áreas desmatadas, implantação de sistemas agroflorestais e plantios para produção de madeira nobre e de oleoresina.

O que pode ser feito: Não comprar móveis feitos de madeira extraída dessas árvores. "Nas lojas, é preciso pedir a certificação da madeira para o vendedor. Ele é obrigado a fornecer.

Propagação: Na produção de mudas de M. frondosus, é importante que se utilize frutos recém-amadurecidos que tenham sementes bem desenvolvidas. Estas são postas para germinar dentro dos frutos, sem tratamentos pré-germinativos. A semeadura deve ser realizada em recipientes de no mínimo 25 x 15 cm, contendo substrato organo-argiloso e mantidos em ambiente com 30% a 50% de sombreamento. 

 

Referências:

https://www.arvoresdobiomacerrado.com.br/site/2017/09/08/myrocarpus-frondosus-allemao/

http://cncflora.jbrj.gov.br/



Podocarpus sellowii 

Nomes comuns: Pinheirinho, pinheirinho-da-mata, pinheiro-bravo.

Família Podocarpaceae

Descrição: Arvoreta a árvore perenifólia. As árvores maiores atingem dimensões próximas de 25 m de altura e 50 cm de DAP (diâmetro à altura do peito, medido a 1,30 m do solo), na idade adulta. O tronco é reto, com fuste medindo até 18 m de comprimento.  Apresenta esgalhamento esparso, além de cicatrizes de folhas e escamas impressas e unidas em retículo. A casca tem uma espessura de até 10 mm. A casca externa é pardacenta, levemente fendilhada, descamando-se em lâminas finas, que ficam mais ou menos soltas na árvore, caem aos poucos e com as pontas dobradas para cima. A casca interna é carmim-clara e levemente perfumada. As folhas são sésseis, glabras, pouco rígidas, oblongas, ou oblongo-lanceoladas, medindo de 6 a 13 cm de comprimento por 7 a 15 mm de largura. São alternas, com ápice agudo, pecíolo curto e nervura central um pouco elevada acima, com leve sulco entre duas arestas na página inferior elevada, desaparecendo para o ápice. Geralmente, a ponta da folha não é espinhosa.

Fenologia: O sistema sexual dessa espécie é dióica. O vetor de polinização é essencialmente feito por abelhas e diversos insetos pequenos. Dispersão de frutos e sementes: é zoocórica, principalmente pela avifauna

Ecologia: Árvore perene, que habita áreas florestais e campestres em grande parte do território brasileiro. Fértil durante o ano todo e é polinizado pelo vento.

Grupo ecológico ou sucessional: o pinheiro-bravo é uma espécie secundária tardia. Contudo, é uma espécie sem caracterização ecológica

Distribuição: Ocorre na Bolívia e Brasil, nos estados do Pará, Acre, Rondônia, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Mato Gross do Sul, Minas Gerais, Espirito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.  

Nível de Ameaça: Criticamente Ameaçada (CR)

Usos: Apresenta uso comercial das folhas e madeira, com finalidade energética, medicinal, paisagística, madeireira, e também na recuperação ambiental de áreas florestais.

O que pode ser feito: Propagação: Recomenda-se o plantio misto associado com espécie pioneira ou plantio em vegetação matricial arbórea, com abertura de faixas, em capoeiras e feito em linhas. Essa espécie brota na base do colo.

Referências:

http://cncflora.jbrj.gov.br/

file:///C:/Users/gustavo/Downloads/Especies-Arboreas-Brasileiras-vol-2-Pinheiro-Bravo.pdf




Prosopis nigra (Griseb.) Hieron. (Família Fabaceae)

Nomes comuns: algarrobo-negro, nhanduvai

Descrição: Árvores de copa em forma de guarda-chuva, com ramos pêndulos e espinhos geralmente geminados ou alternos na base de cada folha, podendo estar ausentes em ramos novos. Casca do tronco e caule de cor marrom-escura. Folhas bipinadas pinas 1–2 pares, opostas; foliólulos pequenos e numerosos, 25 a 35 pares, estreitamente oblongos, com um pouco mais de 1 cm de comprimento. Inflorescências em espigas cilíndricas brancas, axilares. Flores branco-esverdeadas a amarelas; pequenas; cálice campanulado; pétalas estreitas; estames numerosos e esbranquiçados. Frutos vagens achatadas levemente curvas, de cor bege-escuros.

Fenologia: Floresce entre agosto e setembro e amadurece seus frutos entre novembro e março. Provavelmente possui polinização principalmente por abelhas. Frutos como vagens achatadas, deiscentes sem obtermos registros científicos de sua dispersão.

Ecologia: Planta de ambientes abertos (vegetação parque com espinilho), em áreas planas que sofrem verões secos e de altas temperaturas e invernos chuvosos. Sua regeneração na natureza é quase nula, pela destruição de seu hábitat.

Distribuição: principalmente na região do Chaco, no Paraguai, mas também Argentina, Bolívia e Brasil. No Brasil, ocorre no extremo oeste do Mato Grosso do Sul e no estremo oeste e sudoeste do Rio Grande do Sul.   

Nível de Ameaça: Criticamente Ameaçada (CR) pelo Decreto Est. n. 52.109/2014.

Usos: Casca do tronco  possui tanino. A madeira com cerne marrom. Na Argentina se usa a medeira para móveis e barris. É planta melífera e produz sombra. As vagens têm uso alimentício, devido a um agradável sabor doce, usadas para produzir farinha, pães, bolos, bebidas fermentadas. 

O que pode ser feito: proteger as Unidades de Conservação (Parque Estadual do Espinilho, em Barra do Quaraí) e criar outras áreas com este fim, propagar esta espécie em viveiros e reintroduzir na natureza, em especial em áreas de pastagens bem manejadas em vegetação parque de espinilho, e em plantios em parques e jardins, divulgar o tema. 

Propagação: 

http://www.cpatsa.embrapa.br/catalogo/livrorg/algaroba.pdf 

http://www.agr.una.py/cgi-cef/cef.cgi?rm=detalle&ID=111 

https://www.scielo.br/j/cflo/a/T9mWggmqLnHK6D6z4VHHJVj/?lang=pt 



Trithrinax acanthocoma Drude 

Nomes comuns: carandaí, carandá, carandá-moroti, buriti-palito.

Família Arecaceae

Descrição: Palmeira de caule único, cobertos de bainhas, fibras e espinhos trançados, com folhas em leque, partidas até a metade, com pontas rígidas. Pode possuir parte da basal do caule lisa, em ambientes naturais submetidos a queimadas.  Frutos esféricos de cerca de 2,5 cm de diâmetro, de cor verde clara ou levemente amarelados, com uma semente arredondada de 1,5 cm de diâmetro.

Fenologia: Floresce no verão e amadurece seus frutos em março. Tem polinização principalmente por formigas e vespas. Frutos dispersos pela fauna, sendo citados os esquilos serelepes.

Ecologia: Planta necessariamente de sol (heliófila). Em afloramentos rochosos, em áreas abertas do Planalto do RS, na borda ou clareiras da Floresta com Araucária e penhascos rochosos da Floresta Ombrófila Densa no litoral do RS e sul de SC. Infelizmente sua regeneração na natureza é quase nula, pela destruição de seu hábitat.

Distribuição: Região Sul do Brasil e Paraguai.

Nível de Ameaça: Criticamente Ameaçada (CR) pelo Decreto Est. n. 52.109/2014.

Usos: Uso como ornamental, folhas e pecíolos com potencial de utilização para fibras para tecelagem, como chapéus de palha e artesanato. Frutos amargos e doces, utilizados in natura ou em bebidas alcoólicas.

O que pode ser feito: proteger as Unidades de Conservação e eventualmente criar outras áreas com este fim, propagar esta espécie em viveiros e reintroduzir na natureza e em plantios em parques e jardins, divulgar o tema. 

Propagação: geralmente deixa-se os frutos imersos em água por 24h e depois macera-se a polpa, para retirada do coquinho (“semente”) que pode ser colocado em canteiros ou sacos com terra orgânica, levando geralmente mais de meio ano para germinar, não tendo uniformidade na germinação. Perde o poder germinativo em alguns meses.  Crescimento muito lento, praticamente 1 ou 2 folhas/ano e após 2 ou 3 anos cresce um pouco mais rápido e já pode ser plantado definitivamente, sempre bem protegida.


 

Referências: http://reflora.jbrj.gov.br/  ;

https://floradigital.ufsc.br/


 

 

 Xylopia brasiliensis Spreng (Família Annonaceae)

Nomes comuns: pindaíba, cortiça, pandauvuna

Descrição: Árvore perenifólia, com folhas alternadas dísticas estreitamente lanceoladas. As árvores maiores atingem dimensões próximas de 30 m de altura e 80 cm de DAP (diâmetro à altura do peito, medido a 1,30 m do solo), na idade adulta. O tronco é reto e bem cilíndrico, sem canais ou sapopemas. O fuste mede até 16 m de comprimento. . A copa é piramidal, com ramos novos revestidos por pêlos subseríceos, levemente curvos, medindo cerca de 0,25 mm, mais tarde glabros e cobertos por lenticelas esbranquiçadas.

A casca tem uma espessura de até 18 mm. A superfície da casca externa é lisa a finamente fissurada, avermelhada a cinzento-escura e pulverulenta. A casca interna é fibrosa, de cor marrom-creme e com estrias mais claras. Exala um aroma agradável, semelhante ao da cânfora ou Cinnamomum canphorae. As folhas são simples, alternas, aromáticas, subcartáceas, dísticas, com a lâmina foliar medindo 4 a 10 cm de comprimento e 0,7 a 2 cm de largura. São estreito-lanceoladas, discolores, com ápice cego e perinérveo, base aguda e nervuras pouco pronunciadas nas (folhas jovens) ou glabrescentes (folhas adultas). O pecíolo mede de 2 a 3 mm de comprimento.

Fenologia: Sistema sexual é monóica. As flores dessa espécie são cantarófilas, além de ajudarem na polinização, os besouros também comem as partes carnosas da flor. É possível que a presença de hipanto (anel lenhoso) seja para proteger os carpelos, em menor número que os estames, contra o ataque de predadores. A floração é de novembro a fevereiro no nosso Estado. Os frutos amadurecem de setembro a novembro. A dispersão de frutos e sementes é essencialmente zoocórica. É possível que a vasta dispersão dessa espécie pelo Brasil meridional tenha sido auxiliada pelas aves que se alimentam da substância carnosa que fica presa às sementes.  

Ecologia: Grupo ecológico ou sucessional: espécie secundária inicial ou clímax tolerante à sombra.

Distribuição: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Densa, da Bahia ao Rio Grande do Sul.

Nível de Ameaça: Criticamente Ameaçada (CR)

Usos: A espécie pode ser utilizada para afins ornamentais, também pode ser empregada na construção civil, caibros, vigas, tamancaria, tabuados, marcenaria.

O que pode ser feito:

Propagação: Melhor meio de propagação é o transplantio de mudas dos povoamentos para viveiros e sua posterior mudança para o campo.

Referências:

https://floradigital.ufsc.br/

chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1140883/1/Especies-Arboreas-Brasileiras-vol-2-Pindaiba.pdf