quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O PAPEL ESTRATÉGICO DAS PLANTAS NATIVAS E ESPONTÂNEAS DA AGROBIODIVERSIDADE

Iana Scopel Van Nouhuys, Marília E. B. Kelen, Débora Balzan da Silva, Lia C. K. Kehl, Paulo Brack.
Qualquer pessoa que observar com atenção algum canteiro, jardim ou horta, seja no campo ou na cidade, perceberá a riqueza de plantas que nascem sozinhas, nativas ou espontâneas que habitam cada cantinho de terra. Algumas delas sofrem caracterização pejorativa e preconceituosa, sendo classificadas de “inços” ou “plantas daninhas”, pois muitas vezes aparecem em locais onde não foram cultivadas. Entretanto, muitas dessas plantas são comestíveis e apresentam índices nutricionais iguais ou superiores às hortaliças, raízes e frutos que estamos habituadas a comer. 
O termo PANC foi criado em 2007 pelo Biólogo e Professor Valdely Ferreira Kinupp e refere-se a todas as plantas que possuem uma ou mais partes comestíveis, sendo elas espontâneas ou cultivadas, nativas ou exóticas que não estão incluídas em nosso cardápio cotidiano. Aqui no Rio Grande do Sul, destacamos hortaliças (folhas, raízes, tubérculos, caules, flores), as frutas, as sementes, as castanhas ou nozes, que, segundo Kinupp (2007), tiveram 312 espécies alimentícias nativas encontradas na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), o que representa 3,5% da superfície do Estado. 
Existem no Brasil, pelo menos, 3 mil espécies de plantas alimentícias com ocorrência conhecida no Brasil. Estima-se que em nosso País, pelo menos 10% da flora nativa (4 a 5 mil espécies de plantas) sejam alimentícias.
  
Breve contexto da produção de alimentos hoje
Nossa alimentação é baseada em uma pequeníssima parcela de alimentos. Mais de 50% das calorias que consumimos no mundo provêm de no máximo quatro espécies de plantas. Cerca de 90% dos alimentos consumidos vêm de somente 20 tipos de plantas. Por outro lado, temos uma oferta potencial de alimentos de pelo menos 30 mil plantas diferentes. A FAO, órgão da ONU, envolvido com a questão da alimentação mundial, estima que 75% das variedades convencionais de plantas alimentícias já foram perdidas. 
No que toca às hortaliças (verduras, legumes, etc.), sabe-se que a oferta destes alimentos é também pobre. E a maioria das hortaliças comercializadas provém de poucas empresas de sementes, e também não corresponde a plantas nativas. A seleção ou "melhoramento" que sofreram as deixou ainda mais suscetíveis às alterações ambientais, situação que hoje é cada vez mais comum. Seu modo de cultivo, muitas vezes em gigante escala, desenhado para suprir enormes demandas induzidas pelo mercado, com a pobreza alimentar em que vivemos, é feito por meio de monoculturas: um modelo simplificado e disfuncional de trato com os ecossistemas.
Transformamos partes de biomas inteiros, sendo grande parte da Mata Atlântica, Cerrado, Amazônia, Pampa e até partes do Pantanal e Caatinga, no sentido (?)de que as diferentes fitofisionomias se adaptem a uma só planta: a soja. Esta cultura já alcança 30 milhões de hectares no Brasil (2013-2014), e mais da metade dela é para exportação de grãos (commodities), com baixo ou nenhum valor agregado. Não importam as diferenças de solo, relevo, proximidade de rios, clima, etc. Se inverte o processo natural, em que as milhares de plantas alimentícias nativas, com suas vocações adaptadas a cada condição particular, são exterminadas para dar lugar a uma só espécie. Isso é Ciência? Onde está a inteligência no processo? 
É uma tecnologia para exterminar a biodiversidade e forjar uma produção elevada, o que é, em longo e médio prazos, insustentável, como bem diz o ecólogo Eugene Odum, do qual falaremos mais adiante. E isso, ademais, chamam de "agricultura de precisão". Certo! "Necroculturas" que PRECISAM de um coquetel de biocidas e outros agroquímicos, sem se esquecer dos agrotransgênicos, para ter sobrevida e manter o círculo vicioso, na linearidade da dependência crescente de insumos, que mantém a lucratividade de oligopólios mundiais de sementes.
Neste antissentido, as monoculturas dependem de um aporte energético muito elevado, além do uso intenso de biocidas (herbicidas, pesticidas, inseticidas), que contaminam os ecossistemas, a saúde do trabalhador e a população brasileira. E muitos dos chamados “alimentos”, por meio da produção de grãos, vão ser transformados em ração para aves, suínos e bovinos, confinados e transformados em carnes e outros produtos industrializados. O próprio Ministério da Saúde, via Guia de alimentação, adverte para a alimentação exageradamente industrializada, que está gerando doenças nos brasileiros, como o diabetes. Os alimentos estão cada vez mais contaminados. Algumas destas informações divulgadas pelo governo federal deveriam ser motivo para a população ficar em alerta. Em 2013, a Anvisa, (Agência de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde) anunciou que em sua análise de agrotóxicos em hortaliças e frutas, encontrou 29% de amostras com resíduos destes produtos acima do limite permitido ou com produtos não aprovados no Brasil.
Estamos, no Brasil, transformando nossos biomas em imensos desertos verdes, compostos de paisagens homogêneas de soja transgênica, milho transgênico, eucalipto, cana, entre outras monoculturas inviáveis, entre a pobreza que representa o modelo de agricultura baseado na venda de insumos químicos, com destaque aos agrotóxicos, ou biocidas. O sufixo CIDA corresponde a MATAR, e BIOS significa vida...



O sistema hegemônico atual (monoculturas) é desajustado por natureza, não mantém ciclos fechados (ex. os adubos vêm de fora) e praticamente todo o processo de preparo da terra, uso de biocidas, colheita, transporte, depende do petróleo (sugere-se a leitura do Livro Monoculturas da Mente”, de Vandana Shiva). Portanto, a forma de se “ajustar” à produção, evitando que surjam, por exemplo, o que se costuma chamar de “plantas daninhas” ou “pragas” é a quimicodependência (adubos químicos, herbicidas químicos, inseticidas sintéticos, etc.). 

A agricultura convencional, portanto, baseada no uso de agrotóxicos, foi desenvolvida na primeira e na segunda guerras mundiais, para servir como armas químicas, portanto armas de guerra! O DDT, por exemplo, é resultado disso. Este tipo de agricultura, não respeitando os princípios necessários da vida, ou seja, a diversidade e a complexidade - no caso dos agroecossistemas – vem semeando a disfuncionalidade, principalmente depois da chamada “Revolução Verde”, alegando substituir “com vantagem” a diversidade e a complexidade dos ecossistemas agrícolas, pela artificialização extrema. A pedra de toque é a venda de insumos, que vai parar nos mesmos oligopólios de sementes e agroquímicos daqueles que a defendem e mandam na agricultura mundial e na nossa alimentação.

Muitas dessas mesmas empresas vendem, além de sementes e agrotóxicos associados, as vitaminas e os remédios para tratar das nossas doenças (resultado da disfuncionalidade de nossa alimentação). O que é mais absurdo nisso tudo é que o Brasil, detentor da maior diversidade biológica até então, a partir de 2008 se tornou o país que mais consume agrotóxicos em todo mundo!. São 5 Litros de agrotóxico por habitante/ano. No RS, este valor é quase o dobro!

Cabe destacar as palavras de um dos mais renomados e pioneiros da Ciência Ecológica em nível mundial, Eugene P. Odum, já citado, quando prefaciou o livro Agroecologia: processos ecológicos em agricultura sustentável, de Stephen Gliessman (2000), referindo-se à agricultura convencional: "Torna-se evidente, a cada ano que passa, que o uso corrente e excessivo de produtos químicos e de água para a irrigação não apenas contribui intensamente para a poluição dispersa, mas é, a longo prazo, insustentável. Portanto, é urgente o desenvolvimento de uma abordagem mais ecológica na produção de alimentos." 
 
Bom, essa é uma longa história do atual modelo hegemônico que tem como o intuito o lucro, a qualquer modo, da qual devemos buscar conhecer melhor, para evitar que a natureza, nosso futuro e de nossos filhos estejam cada vez mais comprometidos. 
O que, talvez, poderíamos resumir sobre as monoculturas é isso: a nossa alimentação e a forma de produção de alimentos dependem atualmente de um círculo vicioso, que reproduz vulnerabilidade nos sistemas vivos (ecossistemas, comunidades, populações e nossos corpos), enriquecendo alguns poucos agentes que sofrem da “acumulação mórbida do capital”
Sem perceber, vivemos uma servidão alimentar que é controlada por oligopólios de empresas de agroquímicos e “bio”tecnologia, associadas a mercados financeiros, e não baseada nas reais necessidades alimentares da população. Seis grandes empresas controlam cerca de 60% das sementes das principais culturas no mundo.
Além disso, nessa produção de alimentos, em larga escala, e com resíduos de venenos, nossos paladares se tornam também viciados cada vez mais em sal, açúcar e conservantes químicos. Monoculturas de paladares?
Felizmente emerge na agricultura a agroecologia, com base também nas plantas da agrobiodiversidade, algumas delas aqui chamadas de PANC. Então, vamos lá!

Onde entram as PANC?
No sentido do resgate da funcionalidade sistêmica, as PANC, adaptadas aos diferentes ambientes, nascendo sozinhas, buscam sua reinserção natural, na retomada dos processos dos sistemas vivos (bioprocessos) e que também estão associadas à busca de maior autonomia, no que hoje vem se fortalecendo o conceito de SOBERANIA ALIMENTAR. Assim, não precisam necessariamente ser cultivadas, e sim mantidas e manejadas de acordo com as condições de solo e interesse em sua manutenção e propagação. Por nascerem em ambientes diversificados em organismos, interagem com os demais, mantendo a DIVERSIDADE que é a BASE DA VIDA


















Desta maneira, os ecossistemas complexos e com seus fluxos fechados de energia e matéria, que diminuem a entropia, ficam menos sujeitos a desequilíbrios. É como um jogo de varetas chinesas. A estrutura intrincada da interação entre os organismos (diversos) de um ecossistema é fator elementar para manter o maior equilíbrio ecológico. Se algum elemento do sistema é retirado, ele fica mais frágil. Muitas plantas, denominadas de “daninhas”, pela agricultura industrial (convencional), poderiam ter seu papel de reintegração como plantas companheiras no sistema. Outro fator positivo é a situação de que os inimigos naturais também aparecem nos sistemas diversificados. Deste modo, a vulnerabilidade do sistema biodiverso é menor! As doenças de plantas, provocadas por eventuais desajustes no sistema (ex. superpopulações de lagartas, chamadas erroneamente de “pragas”) serão menores. Outro aspecto, é que as PANC, associadas a cada região ou bioma, em forma de culturas permanentes (permaculturas), vão manter o ciclo da água, e também menor compactação e mais vida do solo, requerendo menor uso de energia no sistema. 
 
Foto de Beldroega no meio da soja
Neste sentido, é importante destacar o papel das PANC como alimentos funcionais, em nosso organismo (microssistema) por  meio de vitaminas essenciais, antioxidantes, fibras, sais minerais, que nem sempre são encontradas em outros alimentos. Poderíamos citar aqui algumas destas espécies: palmeira-juçara, butiazeiro, pinheiro-araucária, araçazeiro, guabirobeira, taioba, cará, araruta, raiz amarga, serralha, dente-de-leão, ora-pro-nobis, caruru, bertalha, erva-gorda, beldroega, menstrus, urtigão, cactos-tuna, cactos-arumbeva, etc. 

Cada hectare de culturas convencionais, como a soja, milho, por exemplo, pode comportar várias toneladas de plantas alimentícias não convencionais. Daí, porque, é um contrassenso simplesmente eliminá-las, com capina química, sendo mais racional a retirada manual ou mecânica (ou manutenção para proteção do solo) com uso alimentar e/ou econômico como verdura de alto valor nutricional, sendo este o caso da beldroega, que tem proteínas e Omega-3.  
As PANC, naturalmente funcionais, são imprescindíveis, gerando mais AUTONOMIA para cada ser humano que deseja buscar, por suas próprias mãos, os nutrientes de que necessita e os sabores que mais lhe agrada e também ajuda a todos. Em conjunto, integradas com as comunidades humanas, culturas biodiversas, esta autonomia é também fator de autoafirmação e emancipação, no que se pode chamar de SOBERANIA ALIMENTAR E ECOLÓGICA.
Assim, com o desejo de que, cada vez mais, pessoas, tanto agricultores quanto consumidores, se apropriarem dos conhecimentos relacionados às PANC, e possam compartilhá-los com cada vez mais parceiros, muitas iniciativas e materiais de divulgação dessas plantas estão sendo criados. 

Da mesma forma, espera-se que este conhecimento faça parte de um processo necessário de transformação sociopolítica, que busque o reequilíbrio ecológico e junte o resgate cultural, a maior alegria nos pratos, com base nos alimentos de nossas culturas em resgate e nova construção. Assim, alimentação, práticas libertárias e emancipatórias andam juntas, buscando-se mais dignidade, soberania e alegria!
Vivam as hortaliças e as frutas não convencionais, nativas ou espontâneas do Rio Grande do Sul e do Brasil, ou de onde for! 
Quem quiser mais detalhes sobre estas plantas, pode obter no recente livro das Plantas Alimentícias Não Convencionais, de V. F. Kinupp e H. Lorenzi (2014) (ver www.plantarum.com.br)
E se quiser também interagir com o Projeto de Extensão-Comunicação - Grupo Viveiros Comunitários, da Biologia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), escreva para gvc.botanica@ufrgs.br, ou entre em contato com o InGá (inga@inga.org.br).  

 Segue breve notícia do evento, no Blog RS Urgente 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Ongs ambientalistas alertam: não debater o meio ambiente no 2o turno pode ser prejudicial à saúde (matéria Agapan)


Rio do  Sinos em 2006. 
Ao entrar no segundo turno da disputa eleitoral, a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), o Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (Ingá), o Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente (Mogdema) lembram aos candidatos ao Governo do Estado do RS da importância de incluir a temática ambiental no debate de propostas.

Segundo Alfredo Gui Ferreira, presidente da Agapan,  "é do meio ambiente que vem a vida e a saúde. Temos que deixar de lado visão antropocêntrica e desenvolvimentista a qualquer custo. Nada é mais benéfico, econômico e saudável do que promover políticas públicas atentas as questões ambientais. Esperamos que o tema ambiental entre no debate do segundo turno para valer."

RS foi um estado pioneiro na luta ambiental na década de 1970

O paradigma ecológico é do conceito contemporâneo mais avançado de desenvolvimento econômico e social. O estado do Rio Grande do Sul, reconhecido nacional e mundialmente pelo seu pioneirismo na defesa do ambiente natural, perdeu, a sua posição de protagonista em termos políticos e administrativos na área ambiental. Fomos pioneiros na mobilização da opinião pública e na criação de legislação e de órgãos públicos ambientais nas esferas dos poderes executivo, legislativo e judiciário. 

No entanto, os governos estaduais, ao longo dos anos, infelizmente, acabam orientando suas ações e decisões políticas e administrativas no sentido somente de agilizar licenças ambientais, muitas delas inviáveis, o que desqualifica o órgão máximo da política ambiental do RS, o Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema); desmantela, desprestigia e sucateia a própria Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e seus órgãos auxiliares (Fundação Estadual do Meio Ambiente Henrique Luís Roessler (Fepam); Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap); Fundação Zoobotânica (FZB). Chama a atenção, neste contexto, que a Sema teve doze secretários desde sua criação, em 1999. O fato de os cargos diretivos serem em grande parte ocupados por indicações meramente políticas originou práticas como a instauração dos “Balcões de Licenciamentos”, reveladas pelo escândalo público da “Operação Concutare” da Polícia Federal. Todo este retrocesso político e ineficácia administrativa desrespeitaram o invejável legado institucional conquistado através das lutas sociais que marcaram o processo de redemocratização do País.

Propostas ambientais para sensibilizar os candidatos:

O presente documento tem como objetivo sensibilizar os candidatos a Governador para a vexatória condição de indigência promovida por sucessivos governos que não assumiram, efetivamente, a questão ambiental como política de Estado. A sociedade gaúcha tem um saldo de mais de quatro décadas de discussão política voltada para o questionamento crítico dos aspectos predatórios do atual modelo de desenvolvimento econômico e social. 

Diante da complexidade da problemática ecológica, sem pretender englobar todos os seus aspectos, propomos algumas diretrizes na expectativa de que sejam levadas em conta nos programas de governo, o que não dispensará o diálogo permanente com a sociedade civil e com o movimento ecológico:

1. Abandonar o ultrapassado paradigma do crescimento econômico que vêm destruindo os ecossistemas e a sociobiodiversidade local e planetária, buscando-se outras formas de relação ecológica;

2. Cumprir, efetivamente, a legislação ambiental vigente e não permitir o seu desmantelamento;

3. Incrementar as atividades de diagnóstico, planejamento, fiscalização e licenciamento que constam nos documentos oficiais;

4. Promover políticas efetivas de proteção e preservação da biodiversidade do Bioma Pampa e da Mata Atlântica, implementando as Unidades de Conservação destes biomas;

5. Efetivar adequadamente o financiamento estadual de pesquisas na área ambiental;

6. Qualificar o corpo técnico dos órgãos ambientais, através da realização de concursos públicos, de maneira a suprir o déficit crônico de recursos humanos, indispensáveis ao cumprimento das tarefas;

7. Promover a dotação orçamentária compatível com as necessidades operacionais dos órgãos ambientais; 

8. Constituir um grupo permanente de trabalho voltado para a integração intersetorial das políticas públicas entre as diversas Secretarias de Estado, objetivando sintonizar suas ações com a Sema;

9. Desenvolver na Secretaria Estadual de Meio Ambiente uma cultura institucional propositiva, visando conquistar um espaço de autonomia, respeito e transversalidade para a questão ambiental no âmbito da administração pública do Estado; 

10. Adquirir e manter equipamentos para monitoramento da qualidade do ar, da água e do solo com a devida divulgação dos resultados;

11. Fortalecer o controle público do saneamento básico e do abastecimento da água; 

12. Cumprir as determinações do Zoneamento Ambiental da Silvicultura (ZAS) e dar continuidade ao processo de elaboração do Zoneamento Econômico e Ecológico (ZEE);

13. Rever a composição atual do Consema, ampliando a representação das entidades ambientalistas, de forma a torná-lo compatível com suas finalidades institucionais; 

14. Eliminar progressivamente o uso de agrotóxicos, transgênicos, herbicidas e das monoculturas na agricultura revendo-se também os grandes projetos de irrigação que comprometem os ecossistemas naturais, visando à promoção de cultivos agroecológicos, da biodiversidade e da saúde pública;

15. Integrar políticas públicas da área ambiental com os problemas advindos da mobilidade urbana, atualmente baseada em combustíveis fósseis e transporte individual; 

16. Rever o modelo de desenvolvimento industrial que promove o setor automotivo e o consumo crescente de bens com obsolescência programada, ambos prejudiciais à população da forma como são atualmente;

17. Garantir o cumprimento de padrões internacionais para emissões, localizações e instalações de Estações Rádio-base ( ERBs) para torres e antenas de telefonia móvel, respeitando o princípio da precaução. 

18. Rever o modelo energético, com abandono dos atuais grandes projetos de hidrelétricas e de carvão mineral que estão destruindo o meio ambiente, invertendo as prioridades no incremento do uso de energia solar, eólica e outras fontes ambientalmente compatíveis com a manutenção da biodiversidade e da qualidade de vida humana. 

19. Promover, na educação pública gaúcha, um processo de conscientização ecológica, por meio de incentivos a projetos em redes comunitárias, capacitação profissional e ações que integrem os alunos ao seu contexto socioambiental; 

20. Promover o desenvolvimento local das comunidades, respeitando suas características culturais, modos de vida e integração com a natureza, resgatando identidades, saberes e fazeres associados aos ecossistemas.


AGAPAN 
INGÁ 
MOGDEMA

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

InGá promove debate sobre a beleza cênica do Pampa

Na quinta-feira, 9/10, vai acontecer o Biodiversidade em Foco "Belezas
Cênicas do Bioma Pampa". O evento ocorre às 19h, e é uma iniciativa do
Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (InGá). O debate será conduzido pela
doutora em geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Lucimar de Fátima dos Santos Vieira, que defendeu a tese "A valoração da
beleza cênica da paisagem do bioma pampa do Rio Grande do Sul: proposição
conceitual e metodológica". O Bio em Foco acontece na sede do InGá, na  rua
Fernando Machado, 464, em Porto Alegre.

















 Lucimar vai abordar aspectos tratados na sua tese como: os  significados e
a importância da beleza cênica; critérios da qualidade cênica das
paisagens; e a origem da proteção das paisagens nas legislações nacional e
internacionais. A autora da tese identificou cerca de 200 paisagens portadoras de beleza cênica no Pampa, constatando a necessidade de  proteção de suas estéticas pelos seu significados ecológicos e patrimônio natural e cultural que representam.


Agradecemos a divulgação!

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Documentário "Araucária", do Coletivo gaúcho Catarse



Segue vídeo do Documentário "Araucária", do Coletivo gaúcho Catarse, dirigido pela jornalista Júlia Aguiar, que está a disposição para ser visto na internet. Segundo a página do Le Monde Diplomatique "a produção é uma busca poética e reflexiva em torno da majestosa espécie arbórea"


De acordo com a página do Le Monde, "Organizado nos princípios do cooperativismo, da autogestão e da economia solidária, o Catarse mobiliza-se sob os motes: Responsabilidade de expressão, comunicar para transformar.  Para conhecer o acervo desta década de vídeos, fotos, textos, artes gráficas e publicações que contam histórias de protestos, movimentos sociais e resistências culturais visite a página http://coletivocatarse.com.br/"