Dentro do potencial das plantas da agrobiodiversidade nativa, no caso também chamadas plantas alimentícias não convencionais (PANCs), representadas em geral por hortaliças, frutas e sementes, destacamos aqui as centenas e milhares de frutas nativas brasileiras. No caso do Rio Grande do Sul, temos, pelo menos, 201 espécies com frutos ou sementes comestíveis, o que chamamos de frutíferas. A diversidade de plantas deixa claro o enorme potencial de seu uso em variados sistemas de produção. As frutas nativas podem ser utilizadas in natura e/ou em processados como em sucos, doces, sorvetes, geleias, polpas, molhos doces e salgados, condimentos, temperos, entre outras formas de uso. Deste total, cerca de 40% ocorre no bioma Pampa e pelo menos 90% no bioma Mata Atlântica.

Entre as formas biológicas das frutíferas, a maioria corresponde a árvores ou palmeiras (61%) e o restante pertence a outras formas biológicas, como ervas, arbustos, trepadeiras e epífitas.
O cultivo e a utilização são crescentes, devendo permanecer associados aos sistemas agroecológicos, em especial os SAFs (sistemas agroflorestais), sob o resguardo dos agricultores familiares e das populações tradicionais. O conhecimento dessas espécies e das regiões onde ocorrem promove o resgate da cultura alimentar e medicina popular regionais, além de novas receitas saborosas e saudáveis, o quê anima os grupos de agricultores e produtores a reintegrar o ser humano à natureza.
O que chama a atenção é que muitas da frutas nativas do Brasil, e neste caso o Rio Grande do Sul, estão sendo desenvolvidas em outros países. É o caso da goiabeira-serrana (feijoa), araçá, cerejeira-do-rio-grande, butiá (jelly-palm), entre outras.
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