quinta-feira, 18 de junho de 2015

Laboratório de Estudos em Vegetação Campestre, LEVCamp - UFRGS, em prol do bioma Pampa

(18/06/2015)
Vídeo da TV UFRGS sobre o Laboratório de Estudos em Vegetação Campestre, LEVCamp, da UFRGS, O Laboratório desenvolve inúmeros projetos de estudos botânicos no bioma Pampa, sob a responsabilidade da professora Ilsi Boldrini e do professor Gerhard Overbeck, do Departamento de Botânica da UFRGS. O laboratório desenvolve inúmeros projetos para que conheçamos melhor nossa biodiversidade.

Os campos nativos, apesar da alta riqueza e diversidade, como conta a professora Ilsi Boldrini, ainda são pouco considerados, sendo alvo de conversão acelerada para a soja, a silvicultura e também a implementação de monoculturas de forrageiras, para a pecuária empresarial. A vocação dos campos nativos é a atividade pecuária, com carga adequada de gado, perfeitamente compatível com este uso. Infelizmente, apesar das pesquisas que apontam esta compatibilidade, os campos do Pampa estão sendo transformados em lavouras de monoculturas com alta carga de agrotóxicos e de transgênicos, erosão, consumo de água e perda de biodiversidade.

Por outro lado, a pecuária ganha espaço em biomas florestais (com derrubada de floresta) com financiamentos públicos. Este último caso pertence ao Estado de Rondônia, em pleno bioma Amazônia, que já tem pastagens artificiais e carga de bovinos maior do que o Estado do Rio Grande do Sul, No RS os campos são naturais, ricos em forrageiras, mas com atividade negligenciada, pois no círculo vicioso da venda de insumos, a sustentabilidade que copia os fundamentos da natureza (diversidade e complexidade necessária) não interessam ao modelo de economia que leva a vida do Planeta ao esgotamento.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE: COMEMORAR O QUÊ?



O dia 5 de junho é consagrado ao meio ambiente. Esta data foi estabelecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 15 de dezembro de 1972, durante a Conferência sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, em Estocolmo. O objetivo principal da Conferência era conscientizar os governos e a população mundial para esta temática. Após os fracassos do Protocolo de Kyoto, da Rio + 20, das Metas da Biodiversidade 2010, das Metas do Milênio, entre outras, a passagem do Dia Mundial do Meio Ambiente acaba sendo incorporada aos calendários oficiais, em todo o mundo, como o dia em que governantes simulam ações ambientais amistosas, lançam projetos, criam leis que ficam só no papel, dão prêmios a empreendedores, plantam árvores, coletam lixo, limpam margens de rios e a mídia divulga todas essas encenações como se fossem, efetivamente, a expressão de uma prioridade política. Empresas poluidoras aproveitam a data para tentar despoluir sua imagem pública e agregar valor ecológico às suas marcas. Enfim, decorridas mais de quatro décadas, o fato é que não temos o que comemorar. Ao contrário, o cenário ambiental se agrava.


A grande maioria dos governos, legisladores, empresariado industrial e rural, juristas, comunidade científica, sistema educacional e a maior parte da opinião pública, manipulada e desinformada pela grande mídia, recusam-se a mudar o paradigma do “crescimento econômico” e a aceitar as evidências da sua insustentabilidade ecológica em um planeta de dimensões finitas. Um dos princípios da estratégia militar e política afirma: “quando não tens condições de vencer o inimigo, alia-te a ele”. Como os poderes deste mundo não conseguiram refutar as teses fundamentais de alerta levantadas por parte do movimento ecologista, foi criado apenas um rótulo novo para simular a adesão à racionalidade ecológica: o “desenvolvimento sustentável”. Mas, no atual contexto de inércia estrutural da civilização e de estagnação política, o termo “desenvolvimento sustentável”, na lógica da mercantilização da natureza e do trabalho humano, não tem nenhuma sustentabilidade real, em ações políticas e em mudanças de valores. O que estamos presenciando, na prática, é a continuação da degradação ambiental e os avanços de um capitalismo que, sob as aparências de ser democrático, de fato, revela uma face monstruosa de totalitarismo, de guerra camuflada contra a natureza e de dominação de seres humanos.

Este totalitarismo revela-se, atualmente, no funcionamento perverso da política e das instituições públicas que nós, ambientalistas gaúchos, juntamente com outros setores da sociedade civil organizada, que lutamos pelo processo de redemocratização do Brasil, o qual conseguimos instituir. Estes avanços socioambientais da sociedade civil, duramente conquistados em meio aos riscos da repressão da ditatura, estão em franco retrocesso, num mundo de retomada do neoliberalismo, via competividade, financeirização e globalização econômica.

No RS, os sintomas deste retrocesso político vêm acontecendo progressivamente, sendo visíveis em numerosos fatos. Assim, a Polícia Federal, através da Operação Concutare (2013), descobriu sérias irregularidades e indícios de corrupção em diretorias e em alguns funcionários do órgão ambiental do estado, transformando, aparentemente, a gestão ambiental em um balcão de negócios. Outro fato significativo foi a ausência de qualquer referência à questão ambiental nas plataformas políticas dos candidatos ao cargo de Governador do Estado nas últimas eleições. Esta situação levou nossas entidades a encaminharem aos candidatos o documento “O Rio Grande que Queremos”, com um conjunto mínimo de reivindicações técnicas e políticas na área ambiental que deveriam ser enfrentados e contemplados. 

O atual Governo do Estado do RS mostrou a que veio a partir de uma mudança forjada no nome da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), alterado para Secretaria Estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Na prática, em nome de uma falsa sustentabilidade, tratou-se de retirar a identidade da área, conquistada a duras penas, a partir de 1999, e aplicar este rótulo a um rol de diretrizes políticas e administrativas que desestruturam e destroem aquilo que deveriam preservar. Na esteira desta desestruturação, resgatou-se o nome da secretária Ana Pellini, ex-presidente da Fepam, processada por assédio moral no órgão. A listagem completa deste desmonte seria muito longa, por esta razão vamos destacar apenas algumas medidas. O desmantelamento estrutural de órgãos da ex-Sema, a proposta de extinção da Fundação Zoobotânica, a adoção do licenciamento auto-declaratório, a proposta de privatização através de concessão de todas as Unidades de Conservação, do Parque Zoológico, a não implantação do CAR/RS, a tentativa de liberação da mineração de areia no lago Guaíba, entre outros fatos.

Sintomaticamente, demonstrando o descaso pela questão ambiental, agora, em junho de 2015, justamente na semana dedicada ao meio ambiente, a secretária da Sustentabilidade, Ana Pellini, saiu de férias. A questão não são as férias em si, mas por que justamente férias no início de um governo e no dia e na semana em que se comemora o meio ambiente?

Portanto, no “Dia do Meio Ambiente”, mais uma vez, vamos comemorar o quê? 

Cabe à sociedade gaúcha, brasileira e mundial, em cada canto, retomar a reflexão sobre um “outro mundo” não mais somente “possível”, mas urgentemente necessário. A cada dia que passa, temos menos tempo para colocar a temática ambiental no centro dos debates, no rumo de sociedades mais sustentáveis, portanto, pós-capitalistas. Se este desafio for coletivo, poderemos lograr, como primeiro passo, um espaço essencial de luta pelo direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, inclusive garantido pela Constituição e pelos acordos internacionais assinados pelo Brasil.

Porto Alegre, 5 de junho de 2015. 

Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan),
Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais ( Ingá)
Movimento Gaúcho de Defesa do Meio Ambiente ( Mogdema)

quinta-feira, 4 de junho de 2015

CONFERÊNCIA: ENERGIA E DECRESCIMENTO (Gijón, Espanha, março de 2014)

Publicado em 15 de março de 2014 (Gijón, Espanha)

Centro Municipal Integrado El Coto - Plaza de la República 

A.P.O.R.M.As. PRESENTA:

Conferencia sobre Energía y Decrecimiento 

¿Por qué menos puede ser más?

En el CMI El Coto Gijon el día 7 de marzo de 2014


Debate posterior a la charla https://www.youtube.com/watch?v=EF4x4...

Dr. ANTONIO TURIEL MARTINEZ 

Licenciado en CC. Físicas por la UAM (1993).
Licenciado en CC. Matemáticas por la UAM (1994).
Doctor en Física Teórica por la UAM (1998).
Científico titular en el Institut de Ciències del Mar del CSIC.
Escritor del blog THE OIL CRASH http://crashoil.blogspot.com.es/

FLORENT MARCELLESI 

Florent Marcellesi (Angers, Francia, 1979), es un activista ecologista e investigador que reside desde el año 2004 en España. Teórico de la ecología política y cercano a los movimientos alterglobalización, conjuga sus trabajo de investigación con una intensa actividad en el movimiento verde vasco, español, francés y europeo.

Además de una formación como ingeniero de Caminos, Canales y Puertos (Lyón, Francia) y urbanista (Instituto de Ciencias Políticas de París), es también especialista en cooperación internacional (UPV-EHU, Bilbao) y es autor de numerosos libros y artículos sobre ecología política, el medio ambiente, cooperación al desarrollo, Europa u otras cuestiones internacionales.

Blog http://florentmarcellesi.eu/

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imagen, sonido y edición: 
Cesar Diez