sábado, 21 de dezembro de 2013

BIOMA PAMPA: UM PRESENTE COM QUE FUTURO?



Neste dia 17 de dezembro, Dia do Pampa, o Movimento Gaúcho em Defesa  do Meio Ambiente (MoGDeMA) e o Projeto de Extensão Construindo Consciência Crítica da UFRGS vêm a público alertar para o atual processo de degradação deste bioma único no Brasil.
O documento a seguir é resultado de um processo de cobrança de parte da sociedade para com os governos no que se refere à realização do seminário ocorrido no dia 10 de dezembro de 2013, no Auditório da Faculdade de Economia da UFRGS, no Painel “Bioma Pampa, Presente e Futuro: o que temos a apresentar aos gaúchos?” O objetivo do encontro foi avaliar a situação atual do bioma e as perspectivas quanto às políticas públicas voltadas tanto ao Pampa como aos Campos Sulinos, no Rio Grande do Sul. Estiveram presentes nas apresentações do painel o Professor Dr. Valério De Pata Pillar (Departamento de Ecologia da UFRGS); o Biólogo, Dr. Luís Fernando Perelló, Secretário Adjunto da SEMA-RS, representando o Governo do Estado; e o Biólogo, MSc. João Soccal Seyffarth, pelo Ministério de Meio Ambiente.

O Pampa é um bioma oficial (IBGE, 2004) compartilhado entre Brasil (RS), Argentina e Uruguai, que ocupa 63% do território estadual (176.496 km²), o que corresponde a 2,07% da superfície do Brasil. Atualmente, o bioma Pampa mantém-se, como outros, numa posição marginal nas políticas de meio ambiente. As informações disponíveis apontam para um quadro altamente preocupante com relação à conservação da biodiversidade e à sustentabilidade socioambiental no Estado, tanto na Metade Sul ou mesmo no Planalto (bioma Mata Atlântica).
Os dados mais recentes sobre a área de remanescentes do Pampa provêm de 2008. Ou seja, há cinco anos não se sabe sobre a sua situação real. As estimativas da cobertura restante, até 2002, correspondiam à existência de 41,32% de remanescentes do bioma, sendo que o resultado mais atual (2008), apontava a presença de apenas 36,03% de cobertura com vegetação nativa (CSR/IBAMA, 2010). Assim, o Pampa possuía, até aquele ano, um pouco mais de 1/3 de sua área coberta por campos nativos e outros tipos de vegetação natural, enquadrando-se como o segundo bioma mais devastado do País, depois da Mata Atlântica. 
 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Agroecologia – alimentos saudáveis para nós e para a terra

A banana ecológica (Martin Grings, Biólogo, MSc.)

A agroecologia trata-se de uma agricultura sem impactos negativos para o meio-ambiente e para a nossa saúde. São plantações onde não se utilizam agrotóxicos (inseticidas, pesticidas, herbicidas, hormônios). Onde não se utilizam fertilizantes industrializados. Uma agricultura onde as sementes não são compradas. Uma agricultura que preza pela biodiversidade ou ainda, pela agrobiodiversidade. Uma agricultura que tem como objetivo manter os processos ecológicos em longo prazo, garantindo assim, por exemplo, a fertilidade do solo por muito tempo. A agroecologia importa-se primeiro com a qualidade do alimento, com o seu poder nutritivo (e assim medicinal) e com o compromisso de manter um meio-ambiente equilibrado, uma terra limpa.
Tive a oportunidade de trabalhar durante um ano com agroflorestas no Litoral Norte do RS, os bananais ecológicos mantidos por famílias de agricultores conveniados com o Centro Ecológico Ipê – Litoral Norte. Conheci também alguns bananais com cultivo convencional. Abaixo vou tentar ser sucinto, e relatar um pouco do que aprendi com esta experiência. Qualquer dúvida, sugestão ou crítica entrem em contato, no endereço ao final do texto.
Alguém já teve a oportunidade de comer uma banana comprada na feira ecológica da rua José Bonifácio, todas manhãs de sábado em Porto Alegre ? Ela não é tão grande como aquelas que se vendem nos mercados, graças à Deus, e é muito mais gostosa e bem amarela por dentro, muito nutritiva.

mais (segue o texto na pg do InGá)

CRISE DA BIODIVERSIDADE, AINDA DISTANTE DA ECONOMIA


A humanidade passa por uma profunda crise nos âmbitos social, econômico e ambiental. A economia hegemônica atual compromete diretamente o meio ambiente e, indiretamente, provoca as mudanças climáticas, associadas à elevação das emissões de gases de efeito estufa, trazendo mais alterações ambientais. A magnitude da perda da biodiversidade já é chamada como a “Sexta Extinção em Massa”, em escala de períodos geológicos. No Brasil, estão presentes situações socioambientais reveladoras da ausência de compreensão da gravidade da crise, e falta muito para que se supere a enorme contradição entre um país megadiverso e uma economia que teima em prosseguir um caminho que prioriza as monoculturas de exportação e demais formas de atividades concentradoras e de alto impacto ambiental. Nos próximos anos e nas próximas décadas estas questões deverão ser enfrentadas com seriedade, ou poderemos prever o pior. As políticas públicas devem estar disponíveis para enfrentar estes problemas, com destaque aos países megadiversos, como o Brasil, que poderiam ser líderes destas mudanças

sábado, 16 de fevereiro de 2013

TRANSIÇÃO ECOLÓGICA NECESSÁRIA


    Transição Ecológica Necessária é um documento da Apedema do RS (Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do de Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul) levado para discussões na Cúpula dos Povos, durante a Rio + 20, em junho de 2012.

     Em 40 anos da realização da primeira Conferência sobre Meio Ambiente (Estocolmo, 1972), e 20 anos após a Rio 92, o que vimos é: aquecimento global e maior desequilíbrio climático de origens antrópicas; diminuição das áreas de florestas e demais ecossistemas naturais, com perda acentuada da diversidade biológica; aumento de áreas desertificadas; escassez de água potável, com a perda paulatina da qualidade de água de nossos rios e demais corpos d’água; aumento do uso de produtos químicos tóxicos industriais, inclusive por meio de alimentos cada vez mais industrializados; piora na qualidade do ar, principalmente nas grandes cidades; uso intensivo de agrotóxicos na agricultura e de sementes transgênicas patenteadas por monopólios biotecnológicos totalitários; a falta de saneamento básico (esgoto e lixo), entre outros. Em contrapartida, a globalização econômica aprofundou a grande escala da degradação, via hipertrofia econômica do capital mais degradador possível, com a derrubada das culturas tradicionais e economias locais. 


     A crise ecológica que atinge o Planeta é multidimensional, abrangendo todos os aspectos das diferentes ordens sociais existentes nas diversas culturas hegemônicas do mundo dito civilizado. Trata-se, sobretudo, de uma crise de paradigmas, que se reflete em crise política e institucional. O excesso de centralização do poder político e econômico em escala mundial é um fator constitutivo das dimensões entrópicas do processo civilizatório existente, tanto no que diz respeito à perda de complexidade biológica como de diversidade cultural. O sucesso na adaptação da natureza às atividades antrópicas é uma “vitória” temporária pela qual a humanidade pagará com a redução da sua longevidade como espécie. 



AS HIDRELETRICAS DO RIO URUGUAI E O CONFRONTO À LEGISLAÇÃO QUE PROTEGE A SOCIOBIODIVERSIDADE BRASILEIRA


Paulo Brack, Beatriz Barros Aydos, Claudio R. Martins dos Reis, Ismael V. Brack, Luis Carlos F. Porcher, Marcelo Carvalho Costa, Marcelo Godoy, Marcio Aumond, Paulo Barradas

UFRGS

Os grandes projetos governamentais de gera ção de hidroeletricidade na Bacia do Rio Uruguai, inclu idos nos Programas de Acelera ção do Crescimento I e II, são origin arios de planos elaborados entre 1977 e 1979. Foram, portanto, concebidos e montados em pleno regime militar. Desde então, em um intervalo de mais de três décadas, praticamente, quase nada ou muito pouco foi alterado.

leia maishttp://www.seb-ecologia.org.br/xceb/palestrantes/79.pdf
Araucárias alagadas em 2005 pela UHE Barra Grande (Foto: Márcio Reppenning)