quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
Frutíferas nativas do Rio Grande do Sul: patrimônio negligenciado pelo Estado, em resgate pela agricultura familiar
Dentro do potencial das plantas da agrobiodiversidade nativa, no caso também chamadas plantas alimentícias não convencionais (PANCs), representadas em geral por hortaliças, frutas e sementes, destacamos aqui as centenas e milhares de frutas nativas brasileiras. No caso do Rio Grande do Sul, temos, pelo menos, 201 espécies com frutos ou sementes comestíveis, o que chamamos de frutíferas. A diversidade de plantas deixa claro o enorme potencial de seu uso em variados sistemas de produção. As frutas nativas podem ser utilizadas in natura e/ou em processados como em sucos, doces, sorvetes, geleias, polpas, molhos doces e salgados, condimentos, temperos, entre outras formas de uso. Deste total, cerca de 40% ocorre no bioma Pampa e pelo menos 90% no bioma Mata Atlântica.
Entre as formas biológicas das frutíferas, a maioria corresponde a árvores ou palmeiras (61%) e o restante pertence a outras formas biológicas, como ervas, arbustos, trepadeiras e epífitas.
O cultivo e a utilização são crescentes, devendo permanecer associados aos sistemas agroecológicos, em especial os SAFs (sistemas agroflorestais), sob o resguardo dos agricultores familiares e das populações tradicionais. O conhecimento dessas espécies e das regiões onde ocorrem promove o resgate da cultura alimentar e medicina popular regionais, além de novas receitas saborosas e saudáveis, o quê anima os grupos de agricultores e produtores a reintegrar o ser humano à natureza.
O que chama a atenção é que muitas da frutas nativas do Brasil, e neste caso o Rio Grande do Sul, estão sendo desenvolvidas em outros países. É o caso da goiabeira-serrana (feijoa), araçá, cerejeira-do-rio-grande, butiá (jelly-palm), entre outras.
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